Toda a minha coragem de utilizar a conjugação desse texto em primeira pessoa e uma terceira pessoa sem definição alguma.
Eu não pertenço. Pergunto-me inúmeras vezes se algum dia pertenci. Sinto-me como algo sem significado em um lugar sem pudor.
Não pertenço as almas ao meu redor, não pertenço ao espaço que eu ocupo, não pertenço aos devaneios do meu ser.
Eu não pertenço. Algum dia, pensei pertencer as almas que me rodeiam, mas não, eu não pertenci. não pertenci das janelas abertas entre abraços, não pertenci dos sons tocados na peculiaridade, não pertenci segundos antes de perder suas maravilhas. Não pertenci. Eles perteceram a mim, com toda a certeza.
Mas eu não pertenci a eles. Não pertenço. Não pertenço aonde estou, afinidade a beira de um abismo. não pertenço nem mesmo a essas palavras que digito.
pertenço então a que? Acho que pertenço somente a mim, e a mais nada. Uma perspectiva infeliz e egoísta, e na realidade, falsa. Porque não pertenço a mim.
Pertenço à mim em você, pertenço as almas, ao espaço e aos devaneios quando pertenço à você. você me faz pertencer ao mundo e você me pertence. só você.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Gestos.
- Porque eu não aguento mais porra nenhuma disso tudo! - braniu ela antes de bater a porta.
Há gestos que não tem explicação. Ou têm?
- Volta aqui! - disse ele batendo o punho direito na mesma porta d'antes batida, caindo, em seguida, no chão coberto de garrafas.
Talvez tivesse, talvez não.
Eram onze horas da noite e os pés dela doiam. O luz do elevador piscava a cada andar, passaram-se 12 breus quando ela abriu a antiga porta pesada. Embora só achasse papéis e porcarias dentro da bolsa, continuou a procurar o molho de chaves. Achou-o, virou a maçaneta.
- Ei... Você já chegou...? Onde você tá...? - perguntou ela para o lugar vazio, arrancando os sapatos marrons e os largando perto do roupeiro. Silêncio nas colchas, nas almofadas, nas panelas, nos sabonetes. Tirou o casaco e o jogou no sofá, no espaço que pode, por cima das garrafas e revistas.
- Até quando vai toda essa mer....? - dizia ela, quando foi interrompida por tropeções no hall. Era ele e uma garrafa. Ela se deteve no corredor extensamente, aquela seria a última vez. Seria.
- Já que você chegou finalmente, estou indo embora. - disse ela com um sorriso retilinio, caminhando até a porta que ele deixara entre aberta.
- Você não vai a lugar nenhum! - Um hematona formou-se no braço dela. Nenhum gemido, nenhuma palavra, uma lágrima, somente. Gestos, somente isso.
Ela pegou os sapatos do chão, por um único instante, já que eles retornaram logo ao chão, direcionados por uma mão grande, robusta e suja.
Olhos, eles sempre se encontram. Os dela com os dele, umas lagrímas quaisquer.
- Esta foi sua última marca em mim. - disse ela calmamente, olhos vidrados. - E sabe por que?
Gestos que falam, extraordinariamente mais do que as palavras ditas.
Eram onze e quatro da noite e a cabeça dele latejava. Chutou os sapatos marrons que ele não havia permitido ela levar consigo. Um gole, um freio e um estrondoso barulho. Olhou pela janela, umas tantas lágrimas caíram no asfalto. Ela, iluminada por dois faróis, ainda estava descalça enquanto o vermelho escorria.
Há gestos que não tem explicação.
Ou têm?
Há gestos que não tem explicação. Ou têm?
- Volta aqui! - disse ele batendo o punho direito na mesma porta d'antes batida, caindo, em seguida, no chão coberto de garrafas.
Talvez tivesse, talvez não.
Eram onze horas da noite e os pés dela doiam. O luz do elevador piscava a cada andar, passaram-se 12 breus quando ela abriu a antiga porta pesada. Embora só achasse papéis e porcarias dentro da bolsa, continuou a procurar o molho de chaves. Achou-o, virou a maçaneta.
- Ei... Você já chegou...? Onde você tá...? - perguntou ela para o lugar vazio, arrancando os sapatos marrons e os largando perto do roupeiro. Silêncio nas colchas, nas almofadas, nas panelas, nos sabonetes. Tirou o casaco e o jogou no sofá, no espaço que pode, por cima das garrafas e revistas.
- Até quando vai toda essa mer....? - dizia ela, quando foi interrompida por tropeções no hall. Era ele e uma garrafa. Ela se deteve no corredor extensamente, aquela seria a última vez. Seria.
- Já que você chegou finalmente, estou indo embora. - disse ela com um sorriso retilinio, caminhando até a porta que ele deixara entre aberta.
- Você não vai a lugar nenhum! - Um hematona formou-se no braço dela. Nenhum gemido, nenhuma palavra, uma lágrima, somente. Gestos, somente isso.
Ela pegou os sapatos do chão, por um único instante, já que eles retornaram logo ao chão, direcionados por uma mão grande, robusta e suja.
Olhos, eles sempre se encontram. Os dela com os dele, umas lagrímas quaisquer.
- Esta foi sua última marca em mim. - disse ela calmamente, olhos vidrados. - E sabe por que?
Gestos que falam, extraordinariamente mais do que as palavras ditas.
Eram onze e quatro da noite e a cabeça dele latejava. Chutou os sapatos marrons que ele não havia permitido ela levar consigo. Um gole, um freio e um estrondoso barulho. Olhou pela janela, umas tantas lágrimas caíram no asfalto. Ela, iluminada por dois faróis, ainda estava descalça enquanto o vermelho escorria.
Há gestos que não tem explicação.
Ou têm?
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Liberdade

O blog pensou que sua mãe havia morrido. Não sei se para a felicidade dele, afinal não precisaria mais portar as baboseiras que eu custo redigir. E não há mais nenhum outro sentimento que eu queira exprimir em uma pequena divagação a não ser a liberdade.
As luzes confundiam a forma como ela andava, mas ela não se importava. Letreiros como nunca havia visto, chuva finíssima de magia caindo pelos poros. O mundo existia, poderia ver ao redor, embora não presente. Os pés flutuavam por entre pés estranhos sem tropeçar em uma só pedra. Belíssimos espectros que se moviam sem registro de essência. Sons soltos no espaço infinito, largados nos ouvidos, sem nenhum tipo de interpretação. Experimentava o íntimo de somente ser, sem nada ao redor impedir sua alma. Sabia quem era, seu pretérito, seu futuro. Isso é liberdade. Tolo aquele que pensa que liberdade é desprender-se de si mesmo.
Não muito longo, mas o que me veio a cabeça. Quero a Alemanha de volta.
Assinar:
Comentários (Atom)
