quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Siiiiiiiiilvester!

Novas impressoes. Devo dizer a meus queridos leitores brasileiros que alemaes nao estacionam de total bem. Estavamos a procurar uma vaga em um shopping e milhares delas estavam estacionadas pela metade. Contudo aqui nao tem mendigos. Nao consigo considerar jovens punks rebeldes mendigos. Sao por sua escolha. Mendigos brasileiros nao tem escolha. Ou tem? Peco que perdoem a falta de acentos, cedilhas e tils. Ainda escrevo somente no computador da Jenny.
Minhas veias estao entupidas de acucar e eu espero poder tomar uma cerveja. Só uma. Umazinha, afinal é Silvester! Mas como disse, meu sangue está a nadar em acucar, tamanho os donnuts que comi hoje. Donnuts de almoco? Coisa de alemao. Agora... Escutar Julio Iglesias ou Roberto Carlos no café da manha? Isso é bem estranho. Muito estranho. Minha Gastmutter ama. No cd de Bossa Nova que eu comprei, ela em mexeu. Vai gostar de música ruim assim em outro lugar. Nao sei quem inova mais. Se é o especial de Natal da Globo com tal figura sem perna ou se é o gingado combinado com um belo topete do primeiro. Naja. Alguem tocou a campainha, mas Jenny disse que é só um amigo da mae. Ninguem que eu precise apresentar-me, acho. Escuto falarem de mim, uma tal de "Austauschschülerin". Esse é o codinome brasilenho. Estava escrevendo, o quarto foi invadido por tres criancas germanicas, faladeiras. Por um momento, senti panico. Depois parei e disse: hallo! oO
Komisch.

Ultimo dia do ano é dia de rever as metas feitas a um ano atrás e observar se as cumprimos. Posso dizer com seguranca que a minha grande meta foi cumprida, contudo digo que essa meta nada me fez de satisfeita. Vi outro dia que mulheres estao sempre a procura de algo, mesmo que nao saibam o que esse algo é. Pois entao, eu me encaixo bem nesse algo. Para 2009, tenho nova meta. Mas dela nao posso dizer assim, aqui, publicamente. Nao estou afeicoada com tantas e nenhumas gentes a me ler. Na contagem regressiva, no velho mundo, fecharei meu olhos e procurarei os seus, a fim de encontrar um lugar comodo para minha alma. Espero ter sorte, talvez mais sorte do que tais dias até hoje. Passarei o ano novo de preto. Sim, de preto. E a roupa nem nova é, usei-a uma vez, em uma daquelas noite bem loucas e bebadas. Talvez traga tais energias para meu novo ano, e talvez assim espero. Escuto já os fogos e rojoes das ruas de Berlin e sao só 17:36. Já está escuro como se fosse 22h. No Brasil, eu nem pensaria em comecar a me arrumar essa hora, mas Jenny já está com a japinha em maos, para comecarmos.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

E o blog renasce!

É inevitável. Esse blog vive na base de comas induzidos, muito embora quando saia deles, sai de uma vez só, trabalhando a toda e com novos formatos.
Caros leitores (se é que este blog possui muitos deles), devo comunicar-vos que temporariamente esta que vos fala adotará um novo formato de postagens. Mais rápido, menos pensado, mais dinamico, menos profundo, mais impulsivo. Totalmente impulsivo.
E isso se deve ao fato de, sim, esta que vos fala se encontrar em campo estranho. Na realidade, nao estranho como direi logo a seguir. Muito embora possa considerar estranho a troca de lugares do Y e o Z no teclado do laptop de minha intercambista Jenny.
Caros leitores, eu estou na Alemanha. Para localizar melhor, em Berlin (e do lado de lá). E irei ditar minha pequena mas nao menos notável saga por tal mundo diferente. Ou talvez igual?
Comecemos do comeco, muito embora ja diria Clarice Lispector, nada tem la bem um comeco porque sempre algo acontece antes de acontecer, ou algo do genero.
Minha dor de gargante, beirando a infeccao, ja está curada. Contrai o mal dois dias antes da viagem, com certeza um mal da alma, uma ansiedade selvagem. Agora estou mais do que bem. Todos nesta casa me deixam muito a vontade. Jenny, minha Austauschpartnerin, Josina, ihre Schwester und Birgit, ihre Mutter. Voltarei com meu alemao arranhado, porém muito melhor do que como aqui chegou, e definitamente cheia de sotaques e gírias portuguesas. Conheci as ruas acerca de casa e sinto dizer que é como se cá estivesse a muito tempo. Sao 3 dias que já se parecem com muito mais e, por enquanto, a diversao, amizade e cumplicidade com a Jenny sao bem grandes. Primeiras impressoes externadas, agora preciso deitar-me.

Amanha relato mais. Há tanto o que falar, tao pouco tem na net pra escrever.

Viele liebe Grüße!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

10, 9...

E eram 10 garrafas de vinho... Comecei a história em minha mente dessa forma. Por que de vinho? Não sei, deve ser a época. Vinho é sempre companheiro de uma boa amabilidade familiar de final de ano. Ou de uma luxuriosa? Não sei, só sei que eram 10 garrafas. E de vinho branco. Espumante talvez, já que estavam geladas. Via-se o escorrer das gotículas. Mas neste caso pouco importa a qualidade, me refiro exclusivamente à totalidade do álcool. 10.
E eram 10 garrafas de vinho branco. Sentou-se junto à mesa e fitou as 10 garrafas geladas dispostas a sua frente, tentando freneticamente enrolar o cabelo, um movimento em vão. Encontravam-se suas pernas lascivas embaixo da pesada mesa de mogno... Mogno? Quem ainda possui uma pesada mesa de mogno? Creio que seja a sonoridade que a introduziu no cenário. Ou talvez o contraste do tom da madeira com os cabelos loiros compridos que ela deixava cair pelos braços, indo resvalar no canto na mesa. Tinha um ar ansioso que oscilava entre o brilho e o receio ao mirar as 10 garrafas. 10.
E eram 10 garrafas de vinho branco, uma mesa de mogno sonora, cabelos loiros compridos e um ar oscilante. Eu mal podia esperar para que ela abrisse uma das 10 garrafas, porém ela se detinha a cada dedilhar meu. Procurava o melhor modo de fazê-la entorpecer-se com o álcool, mas ela se opunha. Suas mãos pálidas iam de encontro ao bocal da 10º garrafa, mas logo as pontas de seus dedos afastavam-se das gotículas que rolavam pela garrafa pousavam na mesa de mogno. Era a 10º garrafa, podia ver. Era uma contagem regressiva. 10.
E eram 10 garrafas de vinho branco, uma mesa de mogno sonora, cabelos loiros compridos, um ar oscilante, gotículas rolantes e uma contagem regressiva. Em um movimento precipitado, descuidei o olhar ao beber uma xícara de café. Retornei meus olhos e vislumbrei o álcool tocando os lábios rosados, mãos pálidas e trêmulas segurando o bocal que pingava e as pontas dos cabelos que ficavam úmidas ao tocar a superfície molhada da mesa de mogno. Era a 10º garrafa. Ao depositar a garrafa em cima da mesa, não pude distinguir se era mais ânsia ou receio. Era ânsia, receio e uma garrafa de álcool. No momento certo, ela beberia mais uma e chegaria mais próxima ao destino. Depois das 10 garrafas, a sua embriaguez seria total, sua ânsia e seu receio complementariam a cena. E aí seria magnífico, o destino perfeito, a cena sublime que eu ainda estou por ver. Faltam só 9 garrafas.

sábado, 17 de maio de 2008

Noite viril de perseguição - Parte 2

Prosseguem a contemplar tênis gastos de pó, estagnados entre um ladrilho quebrado coberto por uma tábua de madeira de lei e um vício qualquer, presos a vermelhidão eminente hipnoticamente usufruida com deleite. Um passo em falso em meio à música eloqüentemente surda, joelhos de volta aos ladrinhos de cevada, mões auxiliadoras procurando sítio por entre os vícios jogados pelo chão, as unhas roídas com esmalte negro por sair impregnadas. Um puxão na saia preta curta de couro e sapatos vermelhos nos ladrinhos de cevada. Azul nas luzes, unhas roídas com esmalte negro por sair desgrenhando o ruivo. Sapatos vermelhos prosseguem. Os gastos de pó ao longe observa, tímidas costeletas que se movem com a surdez, botões despreocupados pulsando tranquilamente. Sapatos vermelhos. Do bolso esquerdo da calça, um fumo e um fogo, e a fumaça displicente dissipa-se a cima dos cachos irregulares sobre a testa. Vermelhos prosseguem. A saia preta curta de couro balança uniforme ao fumo nos gastos de pó. O vermelho mais rápido na cevada, os botões mais rápidos no pulsar despreocupado, o rímel mais rápido nas bochechas, a fumaça mais rápida nos cachos irregulares sobre a testa, as unhas roídas com esmalte negro por sair mais rápidas na impregnação, as alças mais rápidas no cair sobre os ombros, as golas mais rápidas no levante, mais rápido na estagnação do momento eternizado e viril.

- Oi.

(continua...)

sábado, 3 de maio de 2008

Noite viril de perseguição

A música vai surdando, uns pés em sapatos vermelhos. Uma mão na maçaneta dourada, unhas roídas com o esmalte negro por sair. Uma porta aberta, outra fechando. Mirou-se no espelho, dois segundos eternos, cabelos ruivos desegrenhados, rímel disposto pelas bochechas, dois segunos eternos e infindáveis, uma colar de contas peroladas que cai pelo colo, uma alça preta por sobre o ombro esquerdo, dois segundos eternos, infindáveis e solitários, a mão direita sobre a pia junto e junto ao cálice, a esquerda cobre a boca. Desfalecimento repentino. Uma miríade de espasmos estomacais, jogada sob os joelhos, de saia preta curta de couro e mãos auxiliadoras. Sapatos vermelhos de volta aos ladrilhos cor de cevada, água que flue, pelo retrete, bacia, boca. Uma mão na maçaneta dourada, unhas roídas com o esmalte negro por sair. Uma porta se abria, outra abrindo. Sapatos que andam displicentes em meio a música intangível e outros sapatos. Uma pausa. Um olhar, de azul para negro, de negro para azul. Cabelos ruivos desgrenhados, rímel disposto pelas bochechas, um colar de contas peroladas que cai pelo colo, uma alça preta por sobre o ombro esquerdo. Cachos irregulares sobre a testa, maxilar enaltecido pelas costeletas tímidas, botões despreocupadamente abertos, um lado direito da gola da camisa levantada. Uma pausa. Sapatos vermelhos prosseguem.

(continua...)

domingo, 13 de abril de 2008

Histórias de uma mesa de café

E eu estava lá, tomando meu café e folheando a Piauí.
Na mesa ao lado, um senhor, 63 anos, gravata azul, sapatos marrons com um laço em casa um; uma moça, 31 anos, vestido branco com umas poucas flores em tons de laranja; um bebê no carrinho, 1 ano, comendo uma barra de chocolate.
- Pai, você leu o jornal de ontem?
- Não leio mais esse tipo de coisa. Pra que? É a mesma merda de sempre. A manchete é a seguinte há muitos anos: novo escândalo em Brasília.
- Mas se é o mesmo há anos, não pode ser um novo escândalo.
O bebê engasga com o chocolate. A moça limpa a boca dele e o velho resmunga baixo.
- Onde já se viu. Dá chocolate pro nenê...
- Ela gosta ué. Assim pára de chorar, inclusive.
- E depois você ainda reclama do governo? O governo faz a mesma coisa com o povo. Dá qualquer merda que não melhora em nada a vida deles, na realidade justamente piora, só pra eles “pararem de chorar”. E depois? Depois de muitos anos eles se fodem. Essa criança vai ficar com diabetes.
O senhor tira a barra de chocolate das mãos da criança que, imediatamente, começa a chorar.
- Viu! Mal acostumou a criança.
- Pára vai, pai!
A moça devolve o chocolate pra criança que, no mesmo instante, pára de chorar.
- Mas respondendo a sua pergunta, não. Eu não li o jornal de ontem pra ver o novo escândalo.
- Fizeram um dossiê com dados sigilosos do governo do Fernando Henri...
O senhor interrompe a moça.
- Mas isso de novo? E agora você vai me dizer que a oposição está puta porque interromperam alguma CPI que incriminava os aliados, e que o presidente diz é “tudo intriga da oposição”?
- É mais ou menos isso, salvo a parte do...
O senhor interrompe a moça mais uma vez.
- Não preciso saber do resto. É tudo a mesma coisa e eu sei onde vai parar. Vamos embora que eu estou cansado dessa livraria!
O senhor levanta-se, leva sua xícara de café no balcão, agradece à atendente com um sorriso e volta pra mesa.
- E pára de dar chocolate pra essa criança!
O senhor, a moça e o bebê se foram, sendo o esse último com um pedaço de chocolate nas mãos.
E eu continuei ali, olhando pra mesa vazia. Será que alguém ainda não está contaminado?

sexta-feira, 21 de março de 2008

Zap.

Botão vermelho. Música moderninha, uns tantos carinhas de calça skinny, cabelos iguais. Botão. Um sol avermelhado, 40° C e um lagarto, apenas. Botão. Letras verdes subindo em um fundo preto, uma música banal de rap. Botão. Uma tarja rosa embaixo, fotos de mulheres esculturais, babados hollywoodianos sem fundamento. Botão. Um gato que toma banho, narrativa sensacionalista em cima do fato. Botão. Dois coelhos, um rosa e um azul, uma menina sorteando playstation 2. Botão. Caramelo quase pronto, ameixas sendo cozidas, um gordinho afeminado. Botão. Fundo bege, bêbada apresentando banda de bêbados, um deles com um rayban. Botão. Mulher gorda submissa aprendendo a atirar, crianças chorando abraçadas a seus ursinhos. Botão. Música triste, quarto escuro, mulher cheirando coca. Botão. Criança assustada, um rato de terno verde. Botão. Padre cantando ao pé de santos, legenda com telefone para doações. Botão. Homens suados, torneiras gigantescas e vermelhas à paredes cor de merda. Botão. Uma lula, três luzes alaranjadas e homens de colã. Botão. Desfile de lingerie. Botão vermelho. Livro. Livro. Livro. Livro...

segunda-feira, 17 de março de 2008

Meu querido blog morre e ressurge quando menos espera. Talvez eu seja igual a ele. Tal mãe, tal filho, já diziam. Já são tantos dias e eu nem bem sei quais assuntos posso aqui abordar. Por fim, acho que não abordarei nenhum, porque eu realmente não escrevo sobre mim com a esperança de ter algo a dizer, e sim sabendo que não terei nada a dizer.
A surpresa e a desconfiança me corroem. Ponto.

Meu blog morre e ressurge quando menos espera.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Pertencer

Toda a minha coragem de utilizar a conjugação desse texto em primeira pessoa e uma terceira pessoa sem definição alguma.
Eu não pertenço. Pergunto-me inúmeras vezes se algum dia pertenci. Sinto-me como algo sem significado em um lugar sem pudor.
Não pertenço as almas ao meu redor, não pertenço ao espaço que eu ocupo, não pertenço aos devaneios do meu ser.
Eu não pertenço. Algum dia, pensei pertencer as almas que me rodeiam, mas não, eu não pertenci. não pertenci das janelas abertas entre abraços, não pertenci dos sons tocados na peculiaridade, não pertenci segundos antes de perder suas maravilhas. Não pertenci. Eles perteceram a mim, com toda a certeza.
Mas eu não pertenci a eles. Não pertenço. Não pertenço aonde estou, afinidade a beira de um abismo. não pertenço nem mesmo a essas palavras que digito.
pertenço então a que? Acho que pertenço somente a mim, e a mais nada. Uma perspectiva infeliz e egoísta, e na realidade, falsa. Porque não pertenço a mim.
Pertenço à mim em você, pertenço as almas, ao espaço e aos devaneios quando pertenço à você. você me faz pertencer ao mundo e você me pertence. só você.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Gestos.

- Porque eu não aguento mais porra nenhuma disso tudo! - braniu ela antes de bater a porta.
Há gestos que não tem explicação. Ou têm?
- Volta aqui! - disse ele batendo o punho direito na mesma porta d'antes batida, caindo, em seguida, no chão coberto de garrafas.
Talvez tivesse, talvez não.
Eram onze horas da noite e os pés dela doiam. O luz do elevador piscava a cada andar, passaram-se 12 breus quando ela abriu a antiga porta pesada. Embora só achasse papéis e porcarias dentro da bolsa, continuou a procurar o molho de chaves. Achou-o, virou a maçaneta.
- Ei... Você já chegou...? Onde você tá...? - perguntou ela para o lugar vazio, arrancando os sapatos marrons e os largando perto do roupeiro. Silêncio nas colchas, nas almofadas, nas panelas, nos sabonetes. Tirou o casaco e o jogou no sofá, no espaço que pode, por cima das garrafas e revistas.
- Até quando vai toda essa mer....? - dizia ela, quando foi interrompida por tropeções no hall. Era ele e uma garrafa. Ela se deteve no corredor extensamente, aquela seria a última vez. Seria.
- Já que você chegou finalmente, estou indo embora. - disse ela com um sorriso retilinio, caminhando até a porta que ele deixara entre aberta.
- Você não vai a lugar nenhum! - Um hematona formou-se no braço dela. Nenhum gemido, nenhuma palavra, uma lágrima, somente. Gestos, somente isso.
Ela pegou os sapatos do chão, por um único instante, já que eles retornaram logo ao chão, direcionados por uma mão grande, robusta e suja.
Olhos, eles sempre se encontram. Os dela com os dele, umas lagrímas quaisquer.
- Esta foi sua última marca em mim. - disse ela calmamente, olhos vidrados. - E sabe por que?
Gestos que falam, extraordinariamente mais do que as palavras ditas.
Eram onze e quatro da noite e a cabeça dele latejava. Chutou os sapatos marrons que ele não havia permitido ela levar consigo. Um gole, um freio e um estrondoso barulho. Olhou pela janela, umas tantas lágrimas caíram no asfalto. Ela, iluminada por dois faróis, ainda estava descalça enquanto o vermelho escorria.
Há gestos que não tem explicação.

Ou têm?

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Liberdade


O blog pensou que sua mãe havia morrido. Não sei se para a felicidade dele, afinal não precisaria mais portar as baboseiras que eu custo redigir. E não há mais nenhum outro sentimento que eu queira exprimir em uma pequena divagação a não ser a liberdade.


As luzes confundiam a forma como ela andava, mas ela não se importava. Letreiros como nunca havia visto, chuva finíssima de magia caindo pelos poros. O mundo existia, poderia ver ao redor, embora não presente. Os pés flutuavam por entre pés estranhos sem tropeçar em uma só pedra. Belíssimos espectros que se moviam sem registro de essência. Sons soltos no espaço infinito, largados nos ouvidos, sem nenhum tipo de interpretação. Experimentava o íntimo de somente ser, sem nada ao redor impedir sua alma. Sabia quem era, seu pretérito, seu futuro. Isso é liberdade. Tolo aquele que pensa que liberdade é desprender-se de si mesmo.


Não muito longo, mas o que me veio a cabeça. Quero a Alemanha de volta.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Meu Deus, o que farei?

Dizem que não existe literatura sem crueldade e pessimismo. Não acho que o que eu faça nesse blog seja considerada literatura, mas o fato é: eu não consigo escrever algo real e "tocante" com meu espírito em ótimo estado. E é aí que eu comprovo o que eu li em algum jornal por aí: literatura não se dá sem crueldade, pessimismo, tristeza e perguntas. E isso é um desabafo também. Porque eu sinto uma extrema necessidade de escrever, colocar meu eu pra fora. É necessidade, somente.

Não consigo mais. Meu Deus, o que farei?

Amanhã viajo para a Alemanha, então, um mês sem posts. :D

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Happy 2008 with Dreams and Rainbows

Hoje é 1º do ano e eu poderia acabar com a beleza do dia relatando todas as tragédias e desgraças que se passaram durante o dito "show da virada" como um bom aspirante a jornalista não-global pessimista faria. Tragédias muitas como os baleamentos acidentais no meio da festa, as quedas de sacadas depois de uns champagnes a mais, os diversos desmaios e comas alcoolicos nas areias. Mas pra que? Não quero enaltecer nenhum tipo de tristeza, justamente porque é somente 1º do ano! Conformismo ou bloqueamento da realidade vigente, eu não quero pensar na miséria, na CPMF, no aquecimento global e muito menos na Terceira Guerra Mundial. E tudo isso porque eu não tenho (ainda) controle sobre nenhuma dessas coisas, nem (ainda) voz sobre esses problemas, portanto eu vou somente brindar à felicidade, ao perdão, às boas vibrações, ao futuro idealizado, às mudanças, à natureza, às palavras, à música desvairada, às pessoas que eu amo, ao meu espírito. Nesse 1º dia de 2008, eu quero, de forma sincera, desejar à todos a paz presente no nosso ser, a capacidade inventiva, os relacionamentos saudáveis, as alegrias e os momentos de apreciação, a saúde tida, a esperança em si, a beleza do mundo, nossos sonhos.
Nas minhas últimas horas de 2007, escutei palavras que me tocaram tão profundamente que não poderia deixar de escrevê-las no blog, tão puras na existência. Mas antes das palavras, uma pergunta: você conhece seus verdadeiros sonhos? Sonhos não são desejos mundanos nem interesses passageiros deixados de lado na primeira tentativa fracassada. Sonhos impulsionam nosso viver, sonhos nos mostram quem nós somos, sonhos são o espelho da nossa alma. Tente conhecê-los e conhecerá a si próprio. Deixarei minha redação tosca de lado para redigir alguns trechos de um livro do Augusto Cury chamado "Nunca Desista dos Seus Sonhos"
"Sem sonhos, as pedras do caminho se tornam montanhas, os pequenos problemas ficam insuperáveis, as perdar são insuportáveis, as decepções se transformam em golpes fatais e os desafios se transformam em fonte de medo. (...) Precisamos compreender que sonhos não são desejos superficiais. Sonhos são bússolas do coração, são projetos de vida. Desejos não suportam o calor das dificuldades."
"Você não precisará de sonhos para atravessar um pequeno atrito com alguém, mas precisará sonhar com a leveza da vida para superar as decepções causadas pelos estranhos e para vencer as mágoas causadas pelas pessoas que você ama. Precisará de sonhos para entender que ninguém pode dar o que não tem."
"Não se esqueça de que você vai falhar 100% das vezes em que não tentar, vai perder 100% das vezes em que não procurar, vai estacionar 100% das vezes em que não ousar caminhas."